domingo, 2 de novembro de 2014

Desconstruindo virtudes: Ateísmo.

O significado da palavra ateísmo é num sentido geral a ausência da crença em entidades divinas. Proveniente do grego atheos que significa "Sem Deus". É um termo atribuído de maneira negativa as pessoas quando é apresentado para expor um ponto de vista que vai contra toda a rotina social da maioria das culturas religiosas pelo mundo. Desconstruir essa virtude social em mim tem sido mais difícil do que eu imaginava que fosse, aos poucos eu vou sentido meu desprendimento com relação a crença que eu fui ensinada durante anos que no meu caso em questão é o: catolicismo.
Durante o meu crescimento pessoal como ser humano eu tive a oportunidade de ver a abrangência de pensamentos que circulam alem do meu, e por uma curiosidade acabei vendo vários vídeos, lendo vários artigos, procurando livros que falassem sobre o assunto e na minha vivência diária fui tendo por base como a questão religiosa é um grande "mal" na sociedade. Quando você usa como exemplo algo que generaliza a sociedade e radicaliza qualquer tipo de diferença, você começa a ter um problema social muito grave onde as pessoas se utilizam da sua fé para descriminar como pessoal o seu semelhante. Nesse comentário em questão, eu não me refiro a um tipo especifico de pessoa que vá contra essa generalização do ensinamento religioso, mas eu tenho por ideia a descriminação com países como a África, que devido aos grandes índices de mortalidade, doenças e de guerras acaba sendo catalogado por algumas pessoas como "terra maldita", usa-se esse termo para se referir as religiões raízes da África, como o Candomblé, a Umbanda, dentre outros rituais religiosos que são realizados por povos nativos.
Tem sido cada vez mais doloroso me desprender desse vínculo social criado em volta de mim por conta da religião, hoje aos poucos eu vou me desprendendo dos vícios gramaticais como "Estou bem, graças a Deus", ou orais "Deus que abençoe, fica com Deus, Amém, que Deus acompanhe". É compreensível a mim que cada vez que eu deixo de usar um desses vícios, a alegria dos meus familiares diminui, pois para eles a união em Deus é uma base estável para a boa convivência (o que para mim, já não é necessário). Eu não sou ateu, costumo dizer que tenho um pensamento ateísta em construção, porque o desmembramento é demorado e eu quero aprender mais sobre o pensamento ateu, sobre o ponto de vista com relação a esses movimentos religiosos, já que em mim existe um preconceito com alguns tipos de religião, como o próprio catolicismo, a igreja evangélica e primeiro eu quero retirar de mim esse preconceito, estudando e conhecendo o lado estrutural desses ensinamentos (já que para mim os fiéis sofrem algum tipo de lavagem cerebral). Longe de mim incitar algum tipo de ódio ou rejeição a quem escolheu vivem sua vida em Deus, apenas acredito que eu tenho direito de me permitir conviver, conhecer e decidir qual a melhor maneira de direcionar meus conceitos.
Indiretamente já perdi contato com várias pessoas queridas por conta disso, as vezes me pego pensando se realmente vale o esforço, se vale o estudo e a dedicação em ser cada vez uma pessoa melhor sem precisar se encaixar nesse circulo vicioso de pessoas arrogantes e mesquinhas que não tem essa "compaixão" que tanto é falada nos versículos e parágrafos pelas bíblias afora. Gosto de ajudar as pessoas, conversar com alguém que se sente mal, partilho o que eu tenho, respeito o meu próximo, não faço nada que compactue com a derrota do outro e o mais importante que isso deveria ser motivo de seguimento fiel eu cuido da minha própria vida e não fico procurando motivos e razões dentre um ou outro para argumentar sobre a maneira que aquela pessoa vive a vida dela.
Queria apenas dizer que em mim cada vez é mais forte esse pensamento ateu e de certa maneira isso me conforta e trás um tipo de plenitude que eu nunca havia pensado em alcançar, me refiro a isso porque quando existe a extinção da cultura religiosa (no meu caso, em questão), consigo expandir meu pensamento tenho por base questões sociais, desigualdade, necessidade, amor, relatividade e mais um coletivo de pensamentos que vão de encontro a realidade e não em fundamentos místicos. Acredito que ninguém no mundo tem uma verdade absoluta e eu nem quero ter, quero ser flexível para pautar e discutir, discordar e revisar meus conceitos sobre todos os tipos de assunto, mas me desculpem os fieis, não existe coisa melhor do que acreditar em si mesmo, como base e referencia de "boas" atitudes, pois se, você é capaz de ser auto suficiente, também será capaz de evoluir sozinho o seu pensamento e expandir em coletivo uma maneira melhor de se conviver, uma maneira que abrange a todos e não somente aos seus selecionados.

sábado, 19 de julho de 2014

Abrindo o diário: Página 1 - Pansexualidade

Olá, primeiramente eu não me relaciono com animais. É curioso citar isso, mas para quem não conhece o pansexual é capaz de se apaixonar por todos gêneros, sexos que são humanos, ou seja, quem se apaixona por animais é zoófilo e quem se apaixona por outros objetos deve ser apenas alguém muito apaixonado.

Partindo desse primeiro comentário eu queria deixar uma pergunta em aberto: Você conhece alguém Pansexual? Pode parecer estranho, mas eu ainda não consegui procurar a fundo se existem mais pessoas -claro que existem, não sou tão lost no mundo- que também participam desse, digamos "rotulação". Na verdade tudo o que eu sempre busquei foi uma não rotulação para mim mesma e me encaixar de maneira tão perfeita em algum grupo, faz você querer ao menos dar-se o tempo de conhecer. Bem, eu nunca fui hétero. E bissexual ainda não era o que eu me sentia, porque já tive relacionamentos com alguns transexuais masculinos, e raramente conheci uma trans feminina.
De fato não existe um estudo ou uma conversa mais aberta com quem é pansexual e isso acaba gerando algumas dúvidas internas eu imagino.

Eu me assumi homossexual com 15 anos, mas de fato essa certeza foi desmoronando com o passar do tempo. Eu gosto de homens, não tenho receio do seu órgão reprodutor ele não é o principal elemento que me faria ficar com um homem (o principal é a barba! :3), então seria eu bissexual? Afinal as mulheres são extremamente fascinantes para mim e elas por si só são o maior motivo para me atrair, só que mesmo esse desejo supremo também não se encaixa nessa rotina da minha vida. E os transexuais são o meu calcanhar de Aquiles, com os poucos que me relacionei eles conseguiram me cativar de uma maneira fascinante, porque para mim eles uniam o mundo em seus corpos, em sua mente e tudo que me instiga me atrai. Sendo assim eu comecei a reparar que não importava o gênero, ou o sexo, a pessoa deveria me interessar pelo caráter, pelo coração e logo o termo  pansexualidade ganhou notoriedade no meu dicionário.

Queria deixar em aberto uma discussão. Vocês conhecem alguém pansexual? Vocês já se identificaram com a aproximação da atração por todos os gêneros. Espero ter colocado de uma maneira simplificada para quem não conhece, e que viva o amor de todas as maneiras possíveis.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ressurgir, e surgir.

Em primeiro lugar eu queria dizer que existem coisas que podem chocar as pessoas, quando escrevo sobre mim e as pessoas me perguntam se de fato eu escrevo algo relacionado a mim ou simplesmente imagino um texto real. Não consigo ser tão sincera quanto quando eu escrevo, por tanto amar e me dedicar a esses textos que fica difícil acreditar que exista tanta dor em um sorriso.

Foi muito difícil pra mim essa ascensão no mundo (como eu imagino que seja pra maioria das pessoas), eu nunca me distanciei muito dos rótulos referentes ao meu gênero e sexo. Sempre fui "menina", mas com um toque "moleque" e por mais que hoje não faça mais sentido usar essas nomenclaturas para definir gênero eu ainda as mantenho para que seja de fácil compreensão. Com dez anos de idade eu me recordo ter tido a minha primeira boa impressão por uma menina, um carinho sem igual que de amiga para amiga passava dos limites do que era real, mas eu nunca dei muita bola, afinal era normal. Cada vez eu me sentia mais desprendida desse destino feminino que seria: Namorar, noivar, casar, aprender a cozinhar, ter filhos, lavar a louça a casa a roupa e o maridão no trabalho. Eu sentia que não era bem isso que eu queria para minha vida, nem no sentido de gênero (pelo fato de ser um homem) e nem pelo sentido de associar a figura da mulher a uma empregada doméstica só pelo fato de ser mulher (acho que vocês entenderam o que eu quis dizer).
Logo que a adolescência foi chegando ficou cada vez mais difícil me gostar, eu sentia que meu corpo não fazia parte de nenhum dos padrões que me eram apresentados. A pressão dentro de casa me obrigou por muitos anos me submeter a regimes loucos com a intenção de alcançar aquele padrão que na maioria das vezes era comparativo "Você viu a sua prima, ela é magra e agora os meninos estão começando a reparar nela, ninguém repara em uma menina gorda", um comentário cruel demais pra acontecer dentro de uma casa e para uma menina de 13 anos que mal tinha parado de acreditar em contos de fadas. A dura ditadura da beleza fez que eu me rendesse e então deprimir-se diante de tudo aquilo, num estado de depressão caótico eu me vi em uma situação desesperadora onde eu faria de tudo para ser magra. Foi necessário um mês, uma infecção e 20 quilos a menos para que eu pudesse ver como eu estava destruindo a minha vida. Foi horrível ver todo meu controle escapando pelas minhas mãos, só porque eu não estava sendo o que a televisão, a revista de beleza mostrava. Certa vez ouvi uma frase que dizia que as revistas de beleza só existam para que você se sinta feia e isso é real.
E estando em meio a todos esses distúrbios que eu descobri a minha sexualidade gostando de uma outra menina, a primeira menina que eu gostei - um beijo pra você querida que abriu a minha imaginação - e então dai para frente eu consegui convivendo com um grupo de mulheres que se assumiam e se amavam que eu pude perceber quão forte era essa minha relação com esse desprendimento corporal. Viver essa homossexualidade foi lindo até que eu comecei a me recair e me interessar por alguns homens, alguns poucos e encantadores homens, a partir dai a minha cabeça já era esse circo armado e a palhaçada começou a fazer festa. Depois de deixar minha mente mais leve, eu comecei a ver as minhas possibilidades e depois de ter se relacionado com: Mulheres, homens, transgêneros, assexuados e nenhuma das alternativas anteriores eu pude ver que o mundo é só amor e o amor está onde você menos espera a capacidade de ser e estar do outro lado e sentir-se como outra pessoa te da a compreensão de que nós precisamos mais nos ouvir e quando eu comecei a me ouvir (por isso esse texto está aqui hoje) que eu comecei a reparar que desprender-se desses gêneros, sexos, vestimentas, estéticas só nos faz sermos mais humanos e menos visuais.
Apesar de não ter tanto estudo de base em gênero e feminismo eu começo a mais do que estudar e sim vivenciar diariamente esses pensamentos e eu gosto de compartilhar esse amor e poder viver eles intensamente. Sou a favor da monogamia, mas eu não acho que deva se guardar o amor nem pra si e nem pra mim, eu não guardo meus amores e eu distribuo um pouco de mim para quem quiser recolher-me. Hoje eu sei que meu corpo fora dos padrões é normal, hoje eu entendo que o meu amar não é por gênero ou sexo e sim por gente, por pessoa, por mente. Deixa eu me apaixonar por você?
Confesso.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Desabafo

Até que enfim um domingo inspirador, nem que isso custe meus pensamentos. Eu tenho tido um tipo de barreira criativa, não é nada que saia dos normais só que me afeta em dias como hoje que eu preciso loucamente deixar um texto aqui porque eu não consigo falar, apenas me definho em palavras amargas e pensamentos cruéis dentre um parágrafo e outro.
Talvez eu sempre tenha tido a escrita como forma de me expressar porque eu consigo ser revoltada quando escrevo e isso não acontece no meu cotidiano onde eu apenas digo "amém" viro as costas e me deparo com uma decepção comigo mesma. Quando eu penso porque me apeguei tanto a um seriado e como a minha vida meio que desalinhou quando ele terminou, é porque toda minha base sentimental foi por água a baixo. Antes eu parecia ter controle de tudo o que sentia, isso me fazia ter o poder de mandar e desmandar no que eu queria "tacar o barraco" literalmente, e realmente era assim que as coias funcionavam. Pois bem, eu resolvi me render, resolvi me deixar ser livre para sentir e não para mandar. Eu queria muito usar um termo esdruxulo agora, mas pouparei seus olhos de processarem tal expressão.
Amanhã é um novo dia - e de fato para mim sempre é-, eu vou acordar e ler esse texto. Pensar mais um pouco e me focar nas coisas que eu sou boa em fazer. Me focar no meu trabalho, que por mais estressante que seja, me trás os melhores sorrisos durante o dia. Eu me foco nas minhas amizades, que são poucas e valiosas e dou continuidade ao meu ciclo de vivência diário. Eu gosto de conviver comigo, eu gosto do sentimento que eu proporciono em algumas pessoas e os sorrisos que eu arranco com alguns comentários idiotas que eu faço.
Um dia eu disse a um amigo "A felicidade está em você, não em outra pessoa. Não procure a felicidade em alguém, se complete e consiga alguém que te transborde", talvez eu devesse mais me escutar quando eu aconselho os outros. Porque eu sou tão feliz, mas será mesmo.. Eu me pego pensando nisso algumas vezes antes de dormir e num lapso de tempo antes de me responder, eu adormeço. Medo de não corresponder as minhas expectativas? Eu não sei, mas eu acordo com a dúvida e durmo com a incerteza.
Algumas feridas são difíceis de se apagar, alguns comportamentos são difíceis de se mudar e as vezes eu me pego pensando se eu sou capaz de tamanha importância um dia, se eu me sinto importante eu não consigo me ver num cargo de importância na vida de uma pessoa.
Vou começar a me preocupar menos com isso, viver mais e deixar apenas as coisas acontecerem. Não adianta forçar, não adianta fazer nada e o que resolve mesmo é deixar realmente acontecer. Porque afinal existiam prioridades anteriores, ou você se encaixa ou você de desloca. E é claro que as minhas prioridades eu não mudaria, é claro que a minha rotina é corrida e antes que eu me machuque um pouco eu apenas deixo acontecer. Apenas ligo a música no último, fumo meu cigarro e volto a realidade. É eu sempre fui assim, eu sempre fui calculista e é uma tristeza ver o pouso conturbado da primeira vez que eu tentei voar do pico mais alto. Eu não desisto até plainar sem rumo.. até que caminho eu consigo chegar. Não preciso de destino, eu bato as minhas asas apenas para voar.