sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Defina

A tempos eu estava procurando uma situação para esse texto, definir situações. Desde pequena eu sou aconselhada a fazer coisas certas, orientada a nunca cometer as erradas e ai entra a minha dúvida do que eu devo observar como certo e errado e o que de fato se encaixa nesse padrão de definição. Não que eu esteja interessada em catalogar a essa "altura da vida" o que é certo ou errado, eu pouco me importo, mas eu realmente gosto de tentar entender certas coisas.
Ultimamente eu tenho usado a palavra defina em várias situações da minha vida, porque eu realmente não quero que as coisas tenham um padrão e sim uma descrição, algo que eu possa analisar e não determinar de fato. Existe um motivo pelo qual eu não gosto de matérias exatas, tudo é muito previsível e chegar a um resultado final por um caminho apenas não me parece atraente, os tropeços do caminho, os arranjos e os métodos tão toda diferença no rumo do problema. Odeio problemas. Eu prefiro coisas práticas e fáceis de se ter, mas eu me considero uma incógnita na equação e para resolver algo primeiro tem que descobrir o meu valor e qual a minha função.
Inevitável não pensar em tudo o que você falou de mim, que eu não levo nada a sério e que eu nunca vou mudar, mas me defina o que é "não levar nada a sério", o que de verdade você espera que eu leve, qual seriedade eu tenho que carregar. É tão fácil dizer, mas defina para mim as característica e diga-me o que realmente quer dizer, não sobreponha nada e seja direta, as "indiretas" não servem para mim porque eu procuro o óbvio e não o que está mesclado nas suas palavras.
O que nós procuramos durante a vida, quais tipos de descrições nós deveríamos pedir quando nos sentirmos confusos. No momento a única definição que procuro é do seu cheiro na minha camisa, do seu sorriso em meus lábios e dos seus cafunés no meu cabelo. Eu não preciso de definição para algo tão óbvio, mas é bom descrever momentos como esse.
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"Defina-me ou devoro-te"

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

OO:O1

Eu creio que me recorde do primeiro minuto do ano de dois mil de doze, a mil e tantos minutos atrás. Sempre soa com um ar de esperança, renovação e perspectiva. Todos os meus desejos do primeiro minuto foram de dispersando conforme os dias foram passando e no final das contas eu me vi sendo surpreendida pelas minhas próprias realizações pessoais.
É estudo, é curso, trabalho e amizades se consolidando dia-após-dia. Não que seja importante ou necessário lembrar, mas decepções fizeram parte de mim esse ano e não estavam no primeiro minuto, ainda bem..elas estavam nos minutos seguintes a ele quando não havia mais nenhuma perspectiva de nada, talvez seja assim que as coisas ruins funcionem, afinal você nunca as deseja e mesmo assim se tornam parte das suas realizações. Sei também que meus textos foram poucos, mas intensos e bem descritivos do que eu sentia e eu devo ter sido assim o ano todo "intensa e descritiva", meio metódica, mas sempre mantendo a linha de raciocínio e pondo a frente sempre os objetos reais e depois os sonhados.
Senti falta de escrever um conto, um conto que contasse as coisas que me contaram esse ano. É quase seguindo a linha do "quem conta um conto, aumenta um ponto" e eu queria aumentar pontos e criar contos até as pessoas contarem o que eu escrevi e sucessivamente se criaria um ciclo de pessoas que contam a vida dos outros, porque basicamente esse ano se resumiu ao "mexirico". Falar da vida das pessoas é um dom, graças a Deus me abstenho dessa graça cedida a nós humanos.
Com os sentimentos dentro de uma montanha russa, dentre os altos e baixos me deparei caindo num lupping  por estar sem nada que me segurasse e foi ai que me dei conta que é fácil estar nas subidas e decidas da vida, mas quando ela resolve te virar a cabeça é necessário estar preparado e sem a proteção necessária dei-me de cara com o chão, com a desilusão e quebrei fortemente todos os pedaços já quebrados. De um grande amor a um grande nada, assim encerro esse parágrafo de um amor que não é para ser contado nesse texto.
Ai, se eu pudesse voltar aos desejos do primeiro minuto talvez eu não tivesse desejado nada de diferente. Não escolheria nenhuma outra rota, nenhuma outra decepção e deixaria esse ano inteirinho como foi, até o último minuto. Arrependimentos existiram por conta de coisas que eu não fiz, ou talvez que deveria ter feito antes e a minha maior covardia foi me dar o direito de sentir grandes prazeres, além da minha capacidade de recepção, ultrapassei os limites de mim mesma e me permiti sentir, quão mal poderia ter me causado se eu negasse a mim esses desejos e tremendas as consequências que eu sofri ao realiza-los.

Treze é o meu número sortudo, e dessa vez antes de ser o primeiro minuto eu procurarei ser rápida e desejarei nos primeiros treze segundos. E dai pode até surgir em mim mesma a indagação: "Mas porque ser tão rápida consigo mesma?".. É porque eu não quero perder nem um minuto a mais pensando sendo que eu poderia estar fazendo.

Que venha 2013, venha forte!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Quantas vezes nós nascemos com o sol


Eu havia passado a noite em claro, o sono nem se quer me procurou e rendida a noite pairou pelo próprio desejo de ideias e inspiração. É complicado ver o mundo desse jeito, escuro, a noite e sem perspectiva de barulho. A sonoridade do ambiente faz toda diferença, a ausência do som não causa paz, trás desespero e que seja confortante assim ouvir um "Eu te amo" meio que em falso do que um silêncio duradouro.
Não da para contar as inúmeras vezes que olhava para o relógio e sentia as horas lentas, adormecidas e tão preguiçosas quanto quem as olhava passar. Eu aqui parada esperando que tudo passasse rápido sendo que eu mesma estava privando-me de qualquer movimento brusco.

Nunca entendi muito bem o porque dos meus melhores textos serem escritos de madrugada, uma das minhas sugestões lógicas é que ao invés de sonha-los eu os escrevo e assim cria-se uma corrente de imaginação que é literalmente aquilo que nós chamamos de "tornar real o que sonhamos". Bem, eu chamo de tornar literário aquilo que imagino, e a hora que escrevo este texto não é mais de madrugada..então que ideias nasceram junto com essa luz, porque escrever de manhã é quase como me pedir para dormir a noite. Acontece que a inspiração não tem hora, hoje fui a sacada de casa e acompanhei o nascer do sol mais bonito que eu jamais pude imaginar ver, me encheu de vida aquele simples gesto de ver crescer a luz. Sempre tão guiada pelo escuro da noite, ter como rebate a luz do sol é engrandecedor, abre portas e janelas te faz uma casa iluminada, senti cada ponto do meu corpo mais quente e cada parte da minha alma liberta.
Hoje eu simplesmente tive uma noite de altos e baixos, várias conversas e muitos esclarecimentos. Decidi algumas coisas que já estavam decididas, mas não com confiança. Eu levantei da cama sentindo vontade de ir a feira, comprar um pastel, maçã verde e ver aquelas senhoras bem velinhas fofocando de como a vizinha é barulhenta, como o jovem é mal educado e cada pequena ação hoje está tendo um enorme significado.

A beleza de começar um dia como o de hoje, acordar se sentindo parte do mundo e não mais uma moradora dele. Poucas pessoas compartilham da beleza de estarem bem, quererem bem e hoje eu que sempre acordo mal humorada, emburrada e insatisfeita tive um perfeito tapa nos dois lados da face, porque um nascer do sol me mostrou quanto de mim há para ser explorado e como perco tempo deixando envolver-me por esse clichê de pessoas que acordam,  fazem suas ações diárias e vão dormir sem perspectivas nenhuma. Quantas vezes você já nasceu com o sol, se quis tão bem.

Bom dia, o dia todo, todos os dias bons da vida começaram hoje.