sexta-feira, 6 de julho de 2012

Arte, morte e lucidez.

A minha vida se divide em duas grandes e insaciáveis paixões: o teatro e a psicologia. Confesso que a escrita é um grande hobbie, mas não chega nem aos pés do que eu sinto estando em um palco ou lendo um livro sobre comportamento humano. Emoções épicas que atingem o topo do meu sentimento, causam estranho arrepio como esse que eu sinto agora escrevendo sobre o assunto.
Para deixa-los mais informados essas distintas paixões estão ligadas, sabe-se Deus o porque isso acontece, mas me sinto em plena incapacidade de abandonar ambas. Preciso das duas e o pior, ao mesmo tempo.

Comecei a me apaixonar pelo teatro com apenas dez anos de idade, musicais sempre foram meu forte e eu amava ver aquelas mulheres deslumbrantes, os homens em seus fraques impecáveis com uma rosa vermelha no bolso. Por sorte eu pude conhecer de "perto" o trabalho musical de artistas desconhecidos até mesmo os famosos mundialmente, graças ao grande acervo musical do meu ex diretor Rogério. Logo após passar por um período afastada do teatro musical pude perceber que eu não resistiria, não conseguiria e não iria suportar ficar sem o teatro. Faz parte de mim, corre em minha veias e é surreal como eu me sinto sempre que posso estar perto de um palco, de alguma sala de ensaio. Recentemente uma obsessão literária veio a tona, desde o ano passado encenamos crônicas de Nelson Rodrigues - A vida como é ela pela Fundec e com direção de Mario Persico,  desde então a vida passou a ter a seguinte definição: "Existe o lado comum de viver a vida e o lado anos 50 de Nelson Rodrigues e convenhamos que traição, morte e sexo é muito mais interessante do que um cineminha de final de semana".Um pouco mais do que nos anos anteriores tenho me dedicado com carinho a esse papel, preparado um laboratório para ambos personagens que irei interpretar. A alma está em viver o seu personagem, entregar-se cem por cento a situação. Me sinto completa agora, um pouco deslocada, mas atenta o suficiente para  reagir em palco a expectativa própria de como devo ser como personagem.

Logo na mesma época do teatro comecei a perceber a facilidade que eu tinha em dar palpites quase que certeiros sobre determinadas situações, um pouco mais do que curiosa eu queria estar a frente do assunto para estuda-lo e por fim entregar minha conclusão, era quase um tcc só que menos complexo e mais objetivo. Com a chegada da série Dexter (2007) eu pude me aprofundar um pouco mais naqueles palpites e trabalhar mais nessa aptidão de estudar pessoas e seus comportamentos;
Confesso que amo pessoas em suas decaídas, é incrível como a mente humana é capaz de se deplorar diante de um erro, insignificante que seja e de como a vida é um fio fino onde qualquer puxão demasiado pode romper a linha que nos liga a lucidez e a insanidade. Depois disso vieram mais livros, histórias que as pessoas me contavam e quando ouviam algo sobre psicopatia já vinham conversar comigo, pois sabiam que eu estaria pronta para debater qualquer dúvida. É um estudo constante que não para nem quando eu quero dormir, me pego observando as pessoas quase que diariamente como se eu quisesse conversar com cada uma delas e montar uma pesquisa como aquelas do ibope para determinar e classificar suas ações. Pode parecer loucura assim a primeira vista, mas é uma loucura do bem e para o bem e como eu pretendo apresentar minhas idéias eu ainda não tenho pensado nisso, a principio quero começar a por em prática aquilo que ando percebendo em um ano (quem me conhece e ler isso vai se surpreender, não aparento ser tão empenhada e acreditem..essa é a alma do negócio) porque quando as coisas fluem naturalmente parece que acontece.

Não sei se estou começando a ficar louca ou vivendo demais a realidade. Estou em um mix de arte e comportamento e me sinto tão bem nessa zona de conforto instável.

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