quinta-feira, 30 de setembro de 2010


Como se já não bastasse as ilusões perdidas, ela propôs a desistir da sua tão sonhada liberdade. Achou muito difícil ter que conviver com todo o mundo, sendo que o único mundo que ela conhecia começava a partir da porta do seu quarto. Era ali aonde repousava todas as noites que ela fez acontecer a sua liberdade, que fez perceber seus perigos e também suas vantagens, ela planejou tudo cuidadosamente em sua cama, cercada de fofos travesseiros e bichinhos de pelúcia.
Quando menos percebeu já estava no seu tão sonhado sonho, vivendo tudo o que planejou sem se mover dali. Acordou assustada e não entendia o porque das tais sensações que sentiu ao acordar, não sabe se foi sonho, se ela viveu realmente tudo aquilo. Olhando para cima ela atravessou a parede e pode contar as estrelas como no sonho, deitada pode sentir o chão frio e toda a angústia de alguém que desistiu de algo que ela nem sabe se foi real.

Afinal existe mesmo algum modo de ter liberdade? Será que estamos mesmo perto de encontrar um modo de nos desprender de tudo aquilo que nos atormenta? Sonhos, deem valor aos sonhos porque são neles que nossas maiores realizações acontecem..Viva seus sonhos como se eles fossem reais!

FIM.

Escrito por: @LeticiaWildcat

domingo, 26 de setembro de 2010

Momentos, histórias e sentimentos.

Acho que cada um tem um momento, aquele momento de estar só, estar junto ou simplesmente estar. Existem coisas na vida que não voltam atrás, amores não voltam atrás, amigos não voltam atrás, ou estão com você para todo o sempre, ou simplismente se perdem a medida que o tempo determina seu afastamento.
Só sei que construo meus momentos, minhas histórias sem pensar que amanhã os principais personagens se tornaram rascunho de tudo o que um dia foi real, é a vida, do nosso lado irão continuar aqueles que sempre estiveram, mas quem disse que as eternas amizades são aquelas que se constroem com o tempo? Até hoje não pude esquecer pessoas passageiras.
Eu esperava ser uma pessoa fria e sem o mínimo de compaixão, eu queria ser no mínimo arrogante e estúpida para parar de ser tão meiga e se doar tanto a quem não merece. Estou fora da linha de verdade e sentimento, não sei com qual eu fico, se eu preciso mesmo escolher.
Um dia eu vou poder olhar pra trás e sentir orgulho de tudo o que eu fiz, mesmo que errado, na nossa vida não somos feitos apenas das boas ações, os erros nos justificam por si só se os cometemos é porque estamos aptos a ser fracos. Ninguém se admite fraco, eu não admitia e errei de novo pensando que podia lutar contra você, eu perdi. Não, mas meu mundo não acaba, o fraco se fortalece e ele tende a se levantar, porque antes pra mim o que parecia tão forte, vejo que é porcelana pura..Ele não era forte, eu errava os golpes.

O melhor jeito de não se decepcionar, é não esperar nada de ninguém.


sábado, 11 de setembro de 2010

Liberdade aos 15 - Parte 2

Talvez ela não quisesse fugir e sim se entender com toda aquela situação, mas se o seu entendimento não estava ali ela o foi buscar quem sabe nas estrelas, nas ruas vazias como a sua mente, não se sabe. Na rua ela descobriu que o frio era o melhor estimulador para quem queria seguir mais longe, seu corpo precisava estar em movimento, o frio congela, não que ela precisasse de mais calor ou de mais estimulo, decidida ela já estava e não havia frio ou distância que a fizesse parar na sua primeira hora longe de casa.
Ao encontrar um posto parou ali mesma, abismada com a falta de higiene sentiu se um lixo e acredita que ela é mesmo um lixo, pois abandonou todo o luxo que tinha, não era muito, mas tinha uma cama para dormir e água quente para se banhar nos dias de frio. Deitada no chão frio admirou as estrelas e traçou seu até então curto caminho, eram apenas 9:00 da noite e eles nem se dariam conta que ela estaria a o que três quilômetros dali, começou a imaginar coisas absurdas, como seria se ela não tivesse nascido e como seria se ela nunca mais voltasse para o lugar de onde veio e todas aquelas pessoas que a aguardavam no outro dia de escola, o seu amor não correspondido que ela carrega consigo em todos os momentos e pensamentos.
Não acreditava como ainda estaria ali, pensou em voltar e claro disse não a si mesma. Para que voltar? Para que se machucar? Ali está acolhida pelo vento e pela noite que a engole frágil e cada vez mais confusa e perdendo a noção do ato de loucura que havia cometido.
Culpou sua adolescência por tal ato de estupidez e começou a se ver covarde por estar a três quilômetros de casa, deitada num posto como se tudo aquilo fosse a grande "liberdade aos seus quinze anos", liberdade era o céu que a acolhia porque ali ela nada mais parecia aquelas meninas pobres que buscam esmola em beira de estrada.

CONTINUA...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Liberdade aos 15 - Parte 1

"Liberdade, pra mim, é ter o poder de sair para o mundo parada no mesmo lugar."
Foi com um pensamento sonhador que ela arrumou cuidadosamente a mala, pegou tudo o que nessa jornada fosse necessário, ela juntou dinheiro e muita expectativa.
Entrava em conflito com você mesmo, admirava a liberdade aos 18, aos 21 ou até mesmo aos 40. Nunca entendeu o porque da liberdade aos 15, sem rumo algo mais vago de sonhos, ela só queria andar pelo mundo, mal sabia ela as ruas do seu bairro já sonhava a tempo com a grande cidade, com estados próximos e pensou nas mil maneiras de se sustentar na rua, como prostituir-se, roubar, menos se drogar. O mundo já era a droga que mais a consumia, então ela preferiu outros meios que a deixassem lúcida para poder raciocinar.
Na mala não colocou nenhuma fotografia, nem mesmo a da sua paixãozinha de escola, muito menos a do melhor amigo, preferiu apagar ali uma década e meia da sua vida deixando para trás tudo que recordasse os tais bons momentos que ela viveu ali.
Último dia de aula, mal sabiam seus colegas que aquele seria o último dia que a ouviriam gritar, falar alto, chorar e principalmente uma demonstração de afeto e carinho mesmo que de modo indireto a todos a sua volta, ela não queria ser notada, apenas sentida. Um abraço, um beijo no rosto, mordidas ou arranhadas ela possuía de vários métodos, dos mais masoquistas a massagem que faziam seus amigos dormir que nem anjos. Mal sabia ela também que aquilo faria tanta falta, ela guardou dentro do seu coração o máximo de momentos que pudessem caber. O sinal tocou, todos se despedindo como soubessem que amanhã, nem depois ela estaria ali. E os: "Te vejo amanhã", "Amanhã terminamos nossa conversas" serviam de tortura interna pra que ela chegasse em sua casa, desmancha-se a mala (como já teria feito tantas outras vezes) e voltasse a sua rotina normal de liberdade apenas nos pensamentos. Ela estava mais que decidida e quando viu a bolsa escondida e deixou lá, só a pegaria na hora de ir embora.
A noite foi caindo, vaga, lentamente. Ela tomou como de costume seu demorado banho, lavou bem a cabeça porque sabia que depois aquele dia, shampoo seria ouro. Se arrumou perfeitamente, jamais sua família desconfiava que ela poderia estar tramando algo do tipo, sempre muito fria e muito segura ela soltou em apenas uma frase todas as despedidas do mundo, em todas os idiomas: "Vó, vou na casa do meu amigo. Volto assim que me der vontade."

(Continua...)

sábado, 4 de setembro de 2010

Relatos de quem acreditou na verdade

Hoje é dia quatro de setembro de dois mil e dez, são exatas 23:12 quando escrevo esse post. A minha mentira me resguardou o quanto tempo me foi necessário para me preparar a hora que a verdade chega-se, mas hoje no dia quatro de setembro de dois mil e dez agora as exatas 23:13 eu vi que a verdade não é algo que eu goste de sentir.
Atrás de uma grande verdade sempre vão haver suas guardas mentiras que lhe confortaram em diversos momentos. Onde eu errei, o que eu fiz de mal, será que eu não fui ao meu máximo? Porque não chorei, porque eu sorri sabendo que era tudo uma farsa, porque naqueles singelos momentos eu não te tratei como mais um, e porque agora eu te quero mais do que qualquer coisa que há neste mundo, é o medo de perder.
Só procurei te amar diariamente, cada minuto da minha vida sem pedir nada em troca além do seu sorriso, do seu bem estar e eu me doei como eu sei que nenhuma pessoa que eu conheço fez, ver você partir não é abandonar a minha metade, é simplismente recomeçar do zero, porque todas os sonhos, os desejos sumiram quando eu ouvi o que ouvi.
Não existe no mundo alguém que te ame mais do que eu, e eu serei feita de trouxa quantas vezes você achar necessário porque eu não me importo mais com o mundo, se não te tiver ao meu lado nada mais importa. Desde o primeiro instante eu sabia, que ali nascia o tão do para sempre, e que venham os contrários, o para sempre, nunca acaba.